quinta-feira, 17 de setembro de 2009

OCDE PREVÊ QUE DESEMPREGO ATINJA 650 MIL DESEMPREGADOS EM 2010


As perspectivas de Emprego 2009 da OCDE prevêem que o número de desempregados possa abranger 650 mil no final do próximo ano. A taxa de desemprego poderá então atingir 11.7%, o que representará um aumento de 48% face ao que se registava no final de 2007.
A confirmarem-se estes dados, assistir-se-á a uma profunda degradação do mercado de trabalho e da situação social no país. Combater o desemprego é um imperativo, desde logo por motivos sociais – pelas suas devastadoras consequências em termos de integração social, de aumento de pobreza, de perda de saberes e de qualificações, nomeadamente. É também um imperativo em termos económicos já que representa perdas de produção e tem pesados custos para a segurança social. Constitui também um travão à recuperação económica porque diminui a procura interna e agrava a falta de confiança das pessoas sobre a saída da crise o que tem efeitos quer na redução do consumo quer nos preços no consumidor. O agravamento do desemprego terá também impactos desproporcionados sobre os jovens os quais têm tido uma taxa de desemprego que é mais de duas vezes superior à taxa de desemprego médio e uma maior precariedade de emprego.
O combate ao desemprego exige uma mudança de rumo nas políticas seguidas. A CGTP-IN considera que só através de políticas orientadas para o desenvolvimento económico e social do país, tal é possível. É preciso, nomeadamente:
− Uma política económica que crie empregos, porque não basta o crescimento, sobretudo se for lento, para que tal aconteça;
− O combate à precariedade de emprego que constitui um factor gerador de desemprego permitindo uma ruptura rápida e muita vezes abusiva dos contratos de trabalho;
− A melhoria da cobertura das prestações de desemprego já que se estima que os desempregados não cobertos possam hoje atingir os 200 mil, o que se poderá agravar no futuro, a concretizar-se o cenário para que aponta a OCDE;
− Prevenir os despedimentos em empresas que, por motivos de dificuldades económicas, apresentem sérios riscos de perdas de postos de trabalho, com intervenção das estruturas representativas de trabalhadores;
− Melhorar as políticas activas de emprego e de formação profissional, em particular no acesso à formação pelos desempregados, tendo-se sobretudo em conta de o desemprego de longa duração atingir metade dos desempregados.
Lisboa, 17.09.09DIF/CGTP-IN

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