sexta-feira, 2 de outubro de 2009

PREVISÕES DO FMI

PREVISÕES DO FMI INDICAM MELHORIA DA SITUAÇÃO ECONÓMICA. AS A RECUPERAÇÃO PODE SER LENTA AGRAVANDO O DESEMPREGOAinda que a recuperação deva ocorrer em todas as regiões do mPara a CGTP-IN é particularmente preocupante que, na zona do euro, o cenário previsto seja mais de estagnação do que de uma firme recuperação económica, atendendo a que o crescimento é de apenas 0,3% em 2010, o que confirma que as políticas seguidas pela União Europeia têm sido erradas.
Crescimento lento da economia portuguesa e novo afastamento do nível de vida médio dos países da UE
O mesmo ocorre com a situação portuguesa. É naturalmente positivo que a economia cresça e não diminua como aconteceu este ano. É um facto que Portugal não foi tão atingido pela crise como outros países europeus por não ter uma crise imobiliária da dimensão da ocorrida em Espanha e na Irlanda e ter igualmente uma menor exposição a activos tóxicos. Mas o crescimento tendencial mantém-se lento e, segundo o FMI, a médio prazo a economia portuguesa crescerá menos que a dos países da UE. Esta organização aponta para um crescimento do produto de 1,3% em Portugal face a 2,1% na zona euro em 2014. undo, verifica-se que a causa principal é o forte crescimento nas economias asiáticas em desenvolvimento sobretudo na China e na Índia. Nas economias avançadas o crescimento previsto é lento, apesar dos apoios económicos.
Esta perspectiva de um novo afastamento de Portugal do nível de vida médio da Europa confirma a ideia de que o país não poderá resolver os problemas económicos e sociais de fundo sem uma mudança de políticas no sentido de uma aposta clara no desenvolvimento das actividades produtivas e na qualidade do trabalho, incluindo a estabilidade de emprego, os direitos dos trabalhadores, a melhoria dos salários, a formação e a qualificação.Agravamento do desemprego
Um crescimento lento não deixará de agravar o desemprego. As previsões do FMI apontam para 11% na taxa de desemprego em 2010, ainda que esta previsão seja mais favorável que a da OCDE que apontou par 11,7%. Seja como for, as perspectivas são as de agravamento do desemprego para um país onde este já era alto antes do início da recessão mundial, onde a precariedade continua a servir de antecâmara do desemprego, afectando de forma particular os jovens, e onde há um claro défice de cobertura no sistema de protecção do desemprego, deixando uma parte significativa de desempregados sem acesso ou com as prestações de desemprego esgotadas. A CGTP-IN considera pois que deve ser alargado o acesso às prestações de desemprego e prolongado o subsídio social de desemprego.
Riscos económicos
Apesar de prever uma recuperação da economia mundial, 0 FMI reconhece elevados riscos económicos.
O principal risco a curto prazo é o de que a economia emperre e se revigorem forças deflacionistas. Diversos factores poderão contribuir para este resultado. Na opinião da CGTP-IN, existem três principais factores que poderão para isso contribuir:
O primeiro que o FMI também assinala é o retirar prematuramente apoios à economia e às famílias com o argumento de que a crise acabou;

O segundo é o de voltar a aplicar uma política orçamental restritiva, assente em mais sacrifícios para a generalidade da população, com a ideia de reequilibrar o mais rapidamente possível as contas públicas, sob invocação do Pacto de Estabilidade e de Crescimento;
O terceiro é o de aplicar políticas salariais restritivas sob o argumento de que as empresas precisam de reduzir os custos. É o que preconiza o FMI quando, contraditoriamente com a análise feita de que se deve apoiar a procura, considera que há que moderar os salários e proceder mesmo a cortes salariais. Se houver compressão salarial num contexto de subida de preços do petróleo e de outras matérias-primas, aliado a uma previsível subida da taxa de juro, estar-se-á a ancorar perspectivas deflacionistas e a travar a procura interna, caindo-se de novo na crise.
Para a CGTP-IN é necessário responder a estes desafios com uma nova política que aposte na resolução dos problemas estruturais e num novo modelo de desenvolvimento que assegure nomeadamente a dinamização das actividades produtivas de bens e serviços úteis ao desenvolvimento do país, promova a melhoria do poder de compra dos salários e das pensões e valorize o trabalho e os direitos dos trabalhadores.
Lisboa, 2.10.2009DIF/CGTP-IN

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